Fonte: Letra Espírita - Imagem: Pixabay - Por: Jackelline Furuuti

Você já deixou de fazer algo por pressentir algum risco eminente?

Já teve uma sensação de que alguma coisa, normalmente ruim estivesse prestes a acontecer?

Você sabia que o pressentimento é um tipo de mediunidade de inspiração?

Vamos entender:

O Livro dos Médiuns, segunda parte - Das manifestações espíritas, Capítulo XV - Dos médiuns escreventes ou psicógrafos - Médiuns de pressentimentos

184. O pressentimento é uma intuição vaga das coisas futuras. Algumas pessoas têm essa faculdade mais ou menos desenvolvida. Pode ser devida a uma espécie de dupla vista, que lhes permite entrever as consequências das coisas atuais e a filiação dos acontecimentos. Mas, muitas vezes, também é resultado de comunicações ocultas e, sobretudo neste caso, é que se pode dar aos que dela são dotados o nome de médiuns de pressentimentos, que constituem uma variedade dos médiuns inspirados. ” KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 13. ed. [S.l.]: EME, 2019.
Partindo desta informação, podemos analisar que o pressentimento pode ser resultado de simples capacidade de observação e assimilação de acontecimentos passados e atuais que por si, já indicam certas consequências e nada tem a ver com a faculdade mediúnica propriamente dita.

A questão muda de figura quando sem referência passada ou presente alguma, o médium pressente algo totalmente isolado ao que ele sabe ou viveu. Existem casos em que ao médium de pressentimento é dado o direito de mediar avisos do plano espiritual com a finalidade de precaver alguma situação, quando esta está ligada ao livre arbítrio do homem. Tem ele, um PRESSENTIMENTO (do Latim SENTIRE, “sentir” mais o prefixo PRAE= pré, “antes” do que pode acontecer se não forem tomadas as devidas precauções.)

Sobre o conhecimento do futuro, os espíritos nos orientam da seguinte forma no Livro dos Espíritos:

868. O futuro pode ser revelado ao homem?
— Em princípio, o futuro lhe é oculto e só em casos raros e excepcionais Deus lhe permite a sua revelação.

869. Com que fim o futuro é oculto ao homem?
— Se o homem conhecesse o futuro, negligenciaria o presente e não agiria com a mesma liberdade de agora, pois seria dominado pelo pensamento de que se uma coisa deve acontecer não adianta ocupar-se dela, ou então procuraria impedi-la. Deus não quis que assim fosse, a fim de que cada um pudesse concorrer para a realização das coisas, mesmo daquelas a que desejaria opor-se. Assim é que tu mesmo, sem o saber, quase sempre preparas os acontecimentos que sobrevirão no curso da tua vida.

870. Mas se é útil que o futuro permaneça oculto, por que Deus permite, às vezes, a sua revelação?
— É quando esse conhecimento antecipado deve facilitar o cumprimento das coisas, em vez de embaraçá-lo, levando o homem a agir de maneira diferente do que o faria se não o tivesse. Além disso, muitas vezes é uma prova. A perspectiva de um acontecimento pode despertar pensamentos que sejam mais ou menos piores: se um homem souber, por exemplo, que obterá uma fortuna com a qual não contava, poderá ser tomado pelo sentimento de cupidez, pela alegria de aumentar os seus gozos terrenos, pelo desejo de a obter mais cedo, desejando a morte daqueles que lhe deve deixar, ou então essa perspectiva despertará nele bons sentimentos e pensamentos generosos. Se a previsão não se realizar, será outra prova: a da maneira por que suportará a decepção. Mas não deixará por isso de ter o mérito ou o demérito dos pensamentos bons ou maus que a crença na previsão lhe provocou.

871. Desde que Deus tudo sabe, também sabe se um homem deve ou não sucumbir numa prova. Nesse caso, qual a necessidade da prova, que nada pode revelar a Deus sobre aquele homem?
— Tanto valeria perguntar por que Deus não fez o homem perfeito e realizado (item 119), por que o homem passa pela infância, antes de chegar à idade madura (item 379). A prova não tem por fim esclarecer a Deus sobre o mérito do homem, porque Deus sabe perfeitamente o que ele vale, mas deixar ao homem toda a responsabilidade da sua ação, uma vez que ele tem a liberdade de fazer ou não fazer. Podendo o homem escolher entre o bem e o mal, a prova tem por fim colocá-lo ante a tentação do mal, deixando-lhe todo o mérito da resistência. Ora, não obstante Deus saiba muito bem, com antecedência, se ele vencerá ou fracassará, não pode puni-lo nem o recompensar, na sua justiça, por um ato que ele não tenha praticado. (Ver item 258).

É assim entre os homens. Por mais capaz que seja um aspirante, por mais certeza que se tenha do seu triunfo, não se lhe concede nenhum grau sem o exame, o que quer dizer sem prova. Da mesma maneira, um juiz não condena um acusado senão pela prova de um ato consumado e não pela previsão de que ele pode ou deve praticar esse ato.

Comentário de Kardec: “ Quanto mais se reflete sobre as consequências que teria para o homem o conhecimento do futuro, mais se vê como a Providência foi sábia ao ocultá-lo. A certeza de um acontecimento feliz o atiraria na inação; a de um acontecimento desgraçado, no desânimo; e num caso como no outro suas forças seriam paralisadas. Eis por que o futuro não é mostrado ao homem senão como um alvo que ele deve atingir pelos seus esforços, mas sem conhecer as vicissitudes por que deve passar para atingi-lo. O conhecimento de todos os incidentes da rota lhe tiraria a iniciativa e o uso do livre arbítrio; ele se deixaria arrastar pelo declive fatal dos acontecimentos sem exercitar as suas faculdades. Quando o sucesso de uma coisa está assegurado, ninguém mais se preocupa com ela. ” KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 23. ed. [S.l.]: EME, 2018.

Para que o médium possa diferenciar, o que é fruto de excesso de informações dos noticiários, traumas, ou resultados óbvios, como por exemplo, o risco de morte de uma pessoa que pilota uma motocicleta sem proteção, sob efeito de bebidas alcóolicas, ou até mesmo alguma desarmonia mental, hormonal ou espiritual é preciso agir sempre com fé raciocinada.

Por isso recomendamos o cuidado da mente, do corpo e do espírito para que estes não prejudiquem as instruções passadas pela espiritualidade.

Um médium equilibrado, vivenciando a manifestação da mediunidade de pressentimento, tem tranquilidade para agir e comunicar da melhor maneira os avisos.

Recordemos que as profecias “negativas” não existem para serem cumpridas, mas sim evitadas.

Quanto mais agirmos no bem, menos “pressentimentos negativos” teremos, uma vez que a Lei de Causa e Efeito nos assegura de que colheremos exatamente aquilo que plantarmos. E quando o pressentimento for para a precaução do próximo, haverá serenidade e discernimento para orientar o comunicado. Ainda que alguns pressentimentos pareçam ruins, a consciência de que tudo está no seu devido lugar, sob o comando de uma força onipotente, onipresente e onisciente, extremamente justa e amorosa nos fará seguir em paz em sua missão de médium de pressentimentos.


A vida de Chico Xavier

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