Fonte: Jornal Espaço Espírita - Edicição 47
Carência de estudos de Allan Kardec gera práticas erradas nas casas.
É cada vez mais preocupante a situação do movimento espírita quando vemos em que se se transformaram alguns centros. Muitas de nossas casas hoje estão se preocupando tão somente com a cura física do indivíduo, e também com uma falsa compreensão do mundo espiritual, em busca de uma afluência maior em pessoas em suas casas.
Na realidade, o que está acontecendo é que estão deixando de estudar e compreender Allan Kardec, relegando as Obras Básicas aos patamares inferiores de nossas bibliotecas.
Vemos hoje que um romance psicografado com cerca de 80, 90 folhas, custa mais caro que “O Livro dos Espíritos”, que contém um imenso cabedal de ensinos filosóficos, em suas inúmeras questões.
Os nossos centros de estudo da Doutrina estão com muito poucos frequentadores. Parece-me que pensar provoca uma dor de cabeça imensa, fazendo com que as pessoas procurem centros que tragam o “prato feito”, ao invés de os preencherem.
A cromoterapia é muito boa coadjuvante na cura do corpo físico; mas não é Espiritismo.
A apometria é muito boa para aqueles que a praticam, apesar dos grandes riscos mediúnicos, mas não é Espiritismo.
Os shows mediúnicos que acontecem com o objetivo de arrecadar recursos para o que seja, são bons. Mas não é Espiritismo.
O senhor Allan Kardec nos alerta em “O Livro dos Médiuns” que o Espiritismo jamais subirá ao tablado das feiras. Infelizmente, é o que mais acontece hoje em dia, quando vemos shows ditos para a caridade, mas que trazem lucros para a casa espírita.
Visão errônea
Parece que as casas espíritas não ensinam mais através das Obras Básicas, mas sim através de autores espirituais outros, levando os neófitos da Doutrina a um entendimento errôneo sobre a vida na espiritualidade.
Vemos hoje em dia os médiuns vestirem roupas de uma cor só, querendo atrair “energias positivas”. Esquecem, ou não estudaram que o pensamento é tudo, e a forma é nada.
A imposição de mãos para a transmissão de energias espirituais ou anímicas tornou-se um show, com gestos ruidosos, com número pré-determinado de aplicações, algumas coletivas, outras individuais.
Quem, em razão dos estudos sérios da Doutrina Espírita, pode afirmar que o corpo somático será curado sem a transformação do modo de pensar do assistido?
Esqueceram também que Jesus dizia, após curar uma pessoa através do seu poder mediúnico tremendo: “vai e não peques mais, para que não te aconteça coisa pior?”.
Parece-me que pensar dói; raciocinar então é indício de morte corporal. Para que estudar se a vida continua com caldo de galinha e sombras reconfortantes na espiritualidade?
Inventaram um mundo em que os pecadores não podem entrar pesar das palavras de Jesus: “perdoar sempre”.