Por: Fernando Rossit

Muitas mães, aflitas e saudosas, procuram a Casa Espírita para se informar a respeito das causas espirituais dos acidentes, notadamente com veículos, que vitimaram seus filhos.

– Foi inevitável? – meu filho tinha que partir mesmo? – havia programação espiritual para meu filho morrer?

Depende das circunstâncias e dos fatos que foram determinantes para a ocorrência do acidente.

A análise desse tema, sob a ótica espírita, não possui o condão de ser definitiva e abarcar todas as variáveis. Quem seria capaz de conhecer, em profundidade, os desígnios de Deus?

Vivemos num mundo de matéria muito grosseira onde qualquer acidente ou doença poderá levar à morte. Conclusivamente, a vida aqui na Terra, por si só, já é uma expiação para os Espíritos (ver questão 132 de O Livro dos Espíritos).

Denominamos de Suicídio Direto aquele que a pessoa que o pratica tem a intenção de acabar com a própria vida. Exemplos: enforcamento, uso de armas de fogo, ingestão de medicamentos e venenos, objetivando a morte do corpo físico.

De Suicídio Indireto aquele que a pessoa não tem a intenção de se matar, mas por imprudência, negligência, desrespeito ao corpo e à vida, age de forma irresponsável, desencarnando prematuramente. Exemplo: pessoa que, embriagada, dirige em alta velocidade, desrespeitando as normas do trânsito.

Muitos acidentes são provocados, isto é, são resultado de imprudência e irresponsabilidade das pessoas. Quando isso ocorre, não há como pensar que tal ocorrência estava prevista para acontecer nos planos divinos. Trata-se de suicídio indireto (da parte de quem provocou).

No entanto, temos que considerar que num acidente envolvendo outro veículo, quando a acontecer da batida provocar vítimas fatais no outro carro, para elas ( as vítimas da imprudência do primeiro motorista ), tratar-se-á de provação e talvez expiação, isto é, resgate de dívidas do passado, quando também malbarataram a própria vida. Claro que nesses casos não serão considerados suicidas indiretos.

Concluindo:
1- suicídio indireto no caso de imprudência do motorista (pessoa que passa num farol vermelho em alta velocidade, consciente do perigo a que se sujeita, e perde a vida, por exemplo);

2- provação ou expiação para aquele que é vítima da imprudência de outros motoristas. Por exemplo, um jovem passa em alta velocidade num cruzamento com farol vermelho e colide com outro veículo, levando seu condutor à morte.

De destacar que, não havendo INTENÇÃO de se matar, o Espírito desencarnado, vítima de si mesmo, terá abrandados seus sofrimentos com a ajuda espiritual que não lhe faltará – aliás, não faltará para ninguém. No caso do suicídio indireto, sempre haverá atenuantes para o sofrimento.

No trabalho mediúnico realizado em favor dos irmãos suicidas, realizados nas últimas sextas-feiras de cada mês, no Kardec, já presenciamos a comunicação de muitos desses irmãos em desespero pelo acidente que os vitimou, provocando a morte prematura. O caminho de volta ao reequilíbrio é sempre doloroso, até porque se trata de uma morte violenta, inesperada.

Não há saída: terão que encarar a nova realidade em que se precipitaram e reconstruir suas vidas, com a ajuda e socorro dos Benfeitores Espirituais. Preces, aceitação, esforço próprio e confiança em Deus.

Não podemos nos esquecer, também, que cada caso é um caso. A situação de cada um após a desencarnação vai sempre depender de variáveis que estamos longe de conhecer em razão do nosso pouco entendimento. Uns sofrem mais, outros menos.

Queremos ajudar?
Incluamos em nossas preces diárias esses irmãos, envolvendo-os com amor e compreensão, respeitando a situação que atravessam, certos de que não temos direito nem condições de expressar qualquer julgamento depreciativo, haja vista que também somos vítimas de nós mesmos em várias situações das nossas vidas, em face das imperfeições que carregamos dentro de nós.

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A vida de Chico Xavier

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