Por: Orson Peter Carrara

Durante algumas semanas publiquei algumas reflexões dos prejuízos causados pela falta de conhecimento do Espiritismo, levando pessoas a práticas e comportamentos completamente divorciados da genuína prática espírita.

Tais abordagens foram motivadas pelos disparates observados, pelas ocorrências absurdas praticadas em nome de uma doutrina racional e especialmente tentando abrir os olhos daqueles que não conhecem os princípios do Espiritismo e se deixam levar por supostos médiuns e ditos líderes ou palestrantes que, abusando do livre-arbítrio, ameaçam, chantageiam, exigem, impõem ideias absurdas na compreensão dos legítimos ensinos da Doutrina Espírita.

Não teve sentido de crítica, até porque todos estamos sujeitos a esses equívocos, inclusive quem aqui escreve, mas de ponderações que promovam coerência.

Vejamos, todavia, o outro lado da moeda. Aquele da prática correta, respeitosa, de fidelidade aos princípios doutrinários apresentados pela Codificação elaborada por Allan Kardec. É o lado do trabalho sério, do comprometimento respeitoso com a causa e com as pessoas, sem nenhum tipo de interesse, senão o do aprendizado próprio e do desejo de servir, de ser útil.

Há muitos grupos sérios, há muitas pessoas sérias, trabalhando com responsabilidade, em toda parte. Não se deixam enganar por ilusões da pseudo-sabedoria, nem se deixam picar por tolas vaidades ou serem seduzidas por paixões variadas (apegos, orgulho, egoísmo, ciúme, etc) ou interesses mesquinhos de domínio ou autopromoção, sempre marcados pelo egoísmo.

São esses, grupos ou pessoas – estando na condição de médiuns, palestrantes ou lideranças – os que compreenderam os fundamentos do Espiritismo. Sacrificam os próprios interesses em favor do bem de todos, lutam arduamente no próprio auto aperfeiçoamento e se comprometem com a causa do bem, servindo sempre, sem quaisquer interesses ou sedução de qualquer espécie.

Esses comportamentos são resultantes do conhecimento do que seja o Espiritismo e seus objetivos, adquiridos ao longo do tempo, com assiduidade e perseverança, em esforço contínuo de pesquisa e reflexão, dada a essência inesgotável de reflexões proporcionadas pelo estudo espírita, de uma fonte que nunca seca e sempre oferece novos horizontes para entendimento da própria vida e seus desafios.
Não são “os espíritas exaltados”, como apresentado por Kardec em O Livro dos Médiuns (capítulo III – item 28 – 4º.), que conforme ensina o texto “(...) o exagero é nocivo em tudo; em Espiritismo dá uma confiança muito cega e, frequentemente, pueril nas coisas do mundo invisível, e leva a aceitar muito facilmente e sem controle, o que a reflexão e o exame demonstrariam a absurdidade ou a impossibilidade; mas o entusiasmo não reflete, deslumbra. Esta espécie de adepto é mais nociva do que útil à causa do Espiritismo (...)”.

Mas antes, são sim, aqueles grupos e pessoas comprometidas seriamente com a causa espírita, conforme também explica Kardec na mesma obra, no mesmo capítulo e item, 3º.: “(...) Os que não se contentam em admirar a moral espírita, mas a praticam e aceitam todas as suas consequências. (...) esforçando-se por fazer o bem e reprimir suas más tendências (...); A caridade, em todas as coisas, é a regra da sua conduta, são os verdadeiros espíritas, ou melhor, os espíritas cristãos (...)”.

Observemos a nós mesmos como estamos. Melhor rever e ler novamente as obras O que é o Espiritismo, O Livro dos Espíritos, para entender os fundamentos. Buscar também O Evangelho Segundo o Espiritismo para estudo da moral cristã e buscar igualmente o fabuloso O Livro dos Médiuns, de orientações seguras, imbatíveis, da genuína prática da ciência espírita no trato com a faculdade natural que é a mediunidade, de cujo entendimento ainda nos permitimos tantas tolices, em nome de uma doutrina que nos convida à racionalidade e não ao fanatismo ou à crença cega. Inclusive para estarmos no lado correto da moeda, agindo com coerência.

As lições contidas em O Livro dos Médiuns são preciosas, de uma atualidade impressionante e seu conhecimento nos livraria de condicionamentos e vícios totalmente dispensáveis.

Parabéns aos grupos sérios, comprometidos, que prosseguem sua labuta com a consciência que o objetivo maior é servir, com humildade e respeito, como fazem em tantos lugares.


A vida de Chico Xavier

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