Fonte: Roselvet

É comum, nas Instituições Espíritas, a crença de que elas possuem proteção superior, o que é real, no entanto elas também possuem inimigos naturais, afinal, Espíritos menos felizes desaprovam, por uma questão lógica, o trabalho de libertação das consciências, promovido pela Doutrina Espírita.


Crer que os Espíritos nos protegem e isso dispensa nossos cuidados é ilusão, afinal, todos os Espíritos são livres, bons e maus, sem contar que nós encarnados, também e podemos nos ligar ao que desejamos pelo pensamento.

Desta forma, atraímos e somos atraídos o tempo todo, por meio de nossas disposições mentais. E da mesma forma em que os processos obsessivos podem envolver as pessoas, podem envolver também grupos inteiros, ou Centros Espíritas completos.

Não nos esqueçamos de que estamos em período de experimentação, de provas e expiações e por isso temos a nossa volta Espíritos tão imperfeitos como os encarnados, interagindo mutuamente.

Certamente que cada Espírita ao ler esse texto deve pensar:
— No meu Centro Espírita isso não acontece!

Porém, o bom senso pede cautela e análise das condições do Centro Espírita que frequentamos ou trabalhamos, tanto de convivência entre seus trabalhadores, como de fidelidade ao que ensinam as obras deixadas por Allan Kardec.

Vejamos o que encontramos em O Livros dos Médiuns, no capítulo 29, item 340 sobre esse assunto: “Assim como há Espíritos protetores das associações, das cidades e dos povos, Espíritos malfeitores se ligam aos grupos, do mesmo modo que aos indivíduos. Ligam-se, primeiramente, aos mais fracos, aos mais acessíveis, procurando fazê-los seus instrumentos e gradativamente vão envolvendo os conjuntos, por isso que tanto mais prazer maligno experimentam, quanto maior é o número dos que lhes caem sob o jugo”.

Isso nada tem haver com os níveis sociais, culturais ou de inteligência, aliás, quanto mais se acredita que é intocável, mais vulneráveis ficamos, e isso serve para indivíduos ou grupos inteiros, lembramos.

Iniciamos com implicações simples, passamos para a adesão de práticas estranhas, vamos aos estudos sem compromissos com o Codificador e quando menos percebemos, temos uma Instituição que se limita a aplicar tratamentos contínuos, que não esclarecem ninguém e com palestras cada vez mais curtas ou sem qualidade e avaliação de conteúdo.

No mesmo capítulo e item, ainda lemos: “Se enérgica resistência o não levar ao desânimo, a obsessão se tornará mal contagioso, que se manifestará nos médiuns, pela perturbação da mediunidade, e nos outros pela hostilidade dos sentimentos, pela perversão do senso moral e pela turbação da harmonia”, assim quando apenas um membro do Centro Espírita não está bem, é evidência de que o mal está por perto.

Observemos que Allan Kardec se refere a esse tipo de perturbação como “mal contagioso”, gerando perturbação dos médiuns e hostilidade entre trabalhadores...

A Casa Espírita não é sua estrutura física, nem seu patrimônio material, mas sim seus trabalhadores, desta forma, não existe proteção absoluta quando temos a liberdade de nos ligarmos, pelo pensamento, ao que desejamos.

Qualquer pessoa, trabalhador ou dirigente Espírita que tenha uma conduta equivocada, estará ligado aos Espíritos que vibram da mesma forma, dentro ou fora do Centro Espírita.

Proteção real é comprometimento com o bem e como o Centro Espírita é um elemento coletivo, a avaliação de suas normas, procedimentos, prioridades e regras, são fundamentais para uma prática saudável.

Na Revista Espírita de março de 1863, Allan Kardec escreve em Falsos irmãos e amigos inábeis: “Crer em sua própria infalibilidade, recusar o conselho da maioria e persistir num caminho que se demonstra mal e comprometedor, não é a atitude de um verdadeiro Espírita”, assim divergências são naturais, mas humildade e bom senso para reavaliar nossa conduta, é imprescindível, sempre com coragem para mudar o que se pratica, mas se aprende estar em erro. Por: Roosevelt A. Tiago

 


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