Fonte: Juventude espírita - Autora: Ana Maria

Sabemos que em qualquer caminhada cumpre observar as necessidades que surgem nos momentos não esperados. Qualquer estratégia deve contar com as necessidades históricas, com os imprevistos, para que a mesma obtenha sucesso. Com o Espiritismo não é diferente. Chegamos numa nova fase, com uma nova necessidade e precisamos estar preparados para esse novo contexto.

A fase em que vivemos nos faz refletir sobre um questionamento importante: Assistencialismo ou Educação: qual atende melhor à proposta do Espiritismo? A resposta parece óbvia, mas a ação nem sempre o é.


Na mocidade, por exemplo, podemos enumerar diversas atividades realizadas: estudos semanais, encontros confraternativos, festas em conjunto com a Casa Espírita, Semanas dos Jovens, seminários, estudo de filmes, etc…etc… Mas será que estamos atingindo o principal objetivo de transformação moral dos jovens? Por muitas vezes, se fizermos uma análise bem crítica da atuação das Mocidades Espíritas, podemos perceber muito mais assistencialismo do que educação.

Se todos nós somos responsáveis pela educação da humanidade, principalmente por aqueles que mais necessitam, uma vez que a má educação falseia o critério das pessoas em lugar de modificar as más tendências, temos que concordar que a possibilidade de atuar nesse sentido na mocidade espírita é enorme, uma vez que nós temos todas as ferramentas pra isso: temos espaço físico, temos a doutrina, temos boa vontade de trabalhadores e temos os jovens que as procuram, mas quase sempre, por desatenção, não percebemos a diferença entre Escola de Espiritismo e Escola do Espírito.

Ensinar a Doutrina Espírita é necessário, seus conceitos, seus ensinamentos básicos, mas feito isso é essencial que trabalhemos como Escola do Espírito, para que o gérmen divino, inato em cada ser, floresça, cresça e se faça visível através do processo educativo.

Necessário se faz a formação de serviços que libertem o raciocínio para vôos mais altos e não os que prendam as pessoas a nós, através de uma dependência nada sadia e caridosa entre as pessoas. Costumamos dizer que ‘Reconhece-se o cristão pelas suas obras’. Se não proporcionarmos a oportunidade de outros fazerem a sua própria obra, como serão recompensados por isso? Auxiliemos a todos para que se beneficiem e se elevem, tanto quanto nós desejamos melhoria e prosperidade para nós mesmos e para que isso seja viável deve-se conhecer o interior do ser humano.
A grande pergunta é: de que mais necessitado está aquele que participa de uma Mocidade Espírita?

Estamos atentando para as reais necessidades das pessoas que procuram-na? Estamos pensando em suas dúvidas internas, nas inquietações do seu espírito, nos conflitos que elas vivem em suas casas, nos questionamentos em relação à sua vida social, nas inclinações nem sempre sadias de cada um?

A Reforma Íntima não é anulação de sentimento ou negação de impulsos. Qualquer tipo de repressão gera culpa e, nas palavras de Ermance Dufaux “a culpa não renova, limita. Não educa, contém”.

Falamos sobre vaidade, orgulho, egoísmo e muitas outras coisas em nossos estudos, mas sempre como ‘coisas’ que não se pode ter, que não se pode sentir, assim os jovens se sentem envergonhados de sentirem e se reprimem, se mascaram e não trabalham com isso, não evoluem, caracterizando um erro porque todo mundo ainda tem presente esses sentimentos, cada qual com sua intensidade. A ideia é saber trabalhar com eles e não reprimi-los sem modificá-los.

A mocidade espírita, sendo parte integrante da Casa, antes de tudo deve adotar os roteiros da educação como premissa básica, para elevar todos os jovens que dela participam, podendo assim receber o que Espiritismo pode oferecer de melhor: a Reforma Íntima.

Como disse Emannuel: “Educa e transformarás a irracionalidade em inteligência, inteligência em humanidade e a humanidade em angelitude. Educa e edificarás o paraíso na Terra”.


A vida de Chico Xavier

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