As condições de sociabilidade das esferas mais purificadas são para nós ainda totalmente desconhecidas, no entanto, a vida nas regiões mais próximas da crosta desenvolvem-se de maneira semelhante:
Habitação:
Há semelhança com a que existe na Terra. No plano extra- físico vamos identificar casas, hospitais, escolas, templos, etc.
Ernesto Bozzano em “A Crise da Morte” afirma que a paisagem astral é composta de duas séries de objetivações do pensamento (dar existência material ao pensamento). A primeira é permanente e imutável, por ser objetivação do pensamento e da vontade de entidades espirituais muito elevadas. A outra é, ao contrário, transitória e muito mutável; seria a objetivação do pensamento de cada entidade desencarnada, criadora do seu próprio meio imediato.
Examinando o pensamento deste autor, podemos aceitar que as construções das colônias espirituais se enquadram na primeira série, enquanto a paisagem das regiões umbralinas pertencem à segunda.
Vestuário:
A apresentação externa dos Espíritos depende da sua força mental e do seu desejo, pois eles são capazes de modificarem a sua aparência através de um processo denominado ideoplastia.
Nem todos os Espíritos, no entanto, têm uma condição evolutiva suficiente para poderem plasmar as suas vestes perispirituais, daí a necessidade de roupas confeccionadas por especialistas na área. André Luiz [Nosso Lar] mostra-nos departamentos reservados a esta tarefa;
Alimentação:
Nem todos os Espíritos são capazes de retirar do Fluido Cósmico Universal a energia reparadora para as suas células, daí a necessidade dos Espíritos ainda materializados se alimentarem de recursos energéticos mais consistentes. Por este motivo, observam-se no mundo espiritual alimentos à base de sumos, sopas e frutas;
Sono e Repouso:
Quanto mais evoluído for o Espírito, menos necessita de repouso para reparar as suas energias. Espíritos inferiores dormem à semelhança do homem encarnado;
Transporte:
Os Espíritos superiores deslocam-se através de um processo denominado volitação, onde transformam a sua energia latente em energia cinética, deslocando-se no espaço em altas velocidades. No entanto, Espíritos existem que ainda não desenvolveram esta faculdade, daí a necessidade de veículos para transporte nas faixas espirituais mais próximas da Terra;
Linguagem:
A linguagem oficial entre os Espíritos é a do pensamento. No entanto, muitas almas ainda involuídas, não conseguem comunicar-se através do pensamento, daí a necessidade da palavra articulada.
Assim sendo, vamos observar colônias onde se fala o português, o inglês etc.;
Vida Social:
A vida social nas colônias espirituais é intensa e tem como objetivo a preparação dos Espíritos para o seu retorno à Terra numa nova roupagem física, ou seja, reencarnarem de novo com um outro corpo físico.
Estudam, trabalham, repousam e divertem-se. Há relatos de casamento, festas e jogos, segundo hábitos e costumes da colônia. Maria João de Deus [Cartas de Uma Morta] afirma:
“Os saxões, os latinos, os árabes, os orientais, os africanos, formam aqui grandes falanges à parte, e em locais diferentes uns dos outros. Nos núcleos das suas atividades conservam os costumes que os caracterizavam e é profundamente interessante verificar como essas colônias diferem umas das outras.”
Manoel Philomeno de Miranda [Loucura e Obsessão] lembra-nos:
“Católicos, protestantes e outros religiosos após a morte, não se tornam espíritas ou conhecedores da realidade ultra- tumular; ao revés, dão curso aos seus credos, reunindo-se em grupos e igrejas afins.”
Cabe-nos lembrar que nem todas as cidadelas espirituais têm uma orientação sadia, voltada para o bem e para o equilíbrio das criaturas. André Luiz [Libertação] diz:
“Incapacitados de prosseguir, além do túmulo, a caminho do Céu que não souberam conquistar, os filhos do desespero organizam-se em vastas colônias de ódio e miséria moral, disputando entre si a dominação da Terra.”
Mas lembra também o benfeitor que a Misericórdia Divina não os desampara, pois que são observados e assistidos continuamente por entidades luminosas;
Animais e Plantas:
O solo do mundo espiritual, à semelhança do solo do planeta, é coberto por uma infinidade de plantas, flores e hortaliças que são cultivadas, com muito esmero, por mãos bondosas.
Os animais, como regra geral, reencarnam quase imediatamente após a morte, no entanto, em certas ocasiões, eles podem vir a ser preparados por entidades especializadas para serem utilizados em tarefas específicas.
Muitas vezes, no entanto, as descrições da paisagem espiritual, quando falam de “formas animalescas”, estão se referindo a Espíritos humanos em processo de deterioração dos seus corpos espirituais (licantropia ou zoantropia), como também de “formas ideoplásticas”, fruto do pensamento e da vontade de entidades viciosas do astral inferior.
O Homem após a Morte
Lembra-nos Kardec que “após a morte, cada um vai para o lugar que lhe interessa”, pois cada individualidade vai deslocar-se, após o desencarne, para a região espiritual que está em concordância com o seu modo de ser e viver. E complementa [ESE]:
“Enquanto uns, não podem afastar-se do meio em que viveram, outros se elevam e percorrem o espaço. Enquanto certos Espíritos culpados erram nas trevas, os felizes gozam de uma luz resplandecente.”
De forma didática, podemos sistematizar as opções do homem após a morte física em três situações:
a) Continuar Vivendo na Crosta: são Espíritos excessivamente apegados à vida física e que não conseguem assumir a sua condição de desencarnados, continuando a viver nos locais onde se habituaram, às vezes sem ao menos se darem conta de que já não mais pertencem ao mundo material.
Alguns fatores que podem condicionar a este apego a vida material:
•ignorância, confusão e medo;
•apegos excessivos a pessoas e lugares;
•inclinações pelas drogas, álcool, fumo, comida e sexo;
•vinculação a negócios não concluídos;
•desejo de vingança.
b) Deslocarem-se para certas regiões do Umbral: muitos Espíritos culpados ou viciosos, após o desencarne, são levados por uma força magnética automática ou por entidades do mal, para uma das regiões umbralinas e lá permanecerão até que o arrependimento e a vontade de reparar o passado modifique a sua psicosfera pessoal;
c) Recolhimento a uma Colónia Espiritual onde deverão integrar-se à Vida Extra- Física.
Fonte: http://introducaodoutrinaespirita.blogspot.com.br
Bibliografia
a) Coleção Nosso Lar (16 obras) – André Luiz/Chico Xavier
b) Cartas de Uma Morta – Maria João de Deus/Chico Xavier
c) Voltei – Irmão Jacob/Chico Xavier
d) A Vida Além da Morte – Otília Gonçalves/Divaldo Franco
e) Cidade no Além – Heigorina Cunha
f) Loucura e Obsessão – Manoel Philomeno de Mirtanda/Divaldo Franco